16 abril 2009

I Olonimó


I Oloninó
Aracaju|SE

www.olonimo.blogspot.com


Impressão
por Renata Marques


Antes de seguir viagem pro lugar das araras e dos cajus para participar do I Olonimó - evento organizado em comemoração ao aniversário de 15 anos do Grupo Abaô de capoeira Angola - do lado de fora do circo, perto do tronco de eucaliptos a curiosidade girava na imagem imóvel de um gato de olho num rato. Depois de um suingado na dança das cadeiras, éramos 15 dentro da van guiada pelo nosso-eleito-motorista-figura-com-nome-de-palhaço:“Lorota!”

No primeiro dia em Aracaju, fomos direto para o Centro de Criatividade, no bairro cirurgia. Seguimos pra comer no Mercado Central, de frente ao rio Sergipe. Era noite de lua e o rio resplandecia!

Seguindo o caminho das praças voltamos ao Centro de Criatividade. A trupe de Olonimós ouvia entre piscadelas de cansaço e instiga de aprendizes histórias sobre a mulher na capoeira angola, através das palavras-sabidas da Mestra Janja [N’zinga]

No repouso nossa casa-temporária-azul-e-amarelo foi o espaço do coletivo Ser Circo [Circolarte, Os Balamaristas, T.A.L] que solidariamente recebeu a Trupe e se agregou à Conexão trupes do nordeste [Lua crescente (PB), Circo Trindade (PB) e Tropa Trupe (RN)]

Durante os cinco dias, na sala de vitral amarelo-e-preto, do Centro de Criatividade desciam pernas e subiam braços enquanto se repassava cantos, toques e fundamentos da capoeira angola. A quadra, ganhou o que nenhum jogador de futebol gosta de ter em campo: os pernas de pau da Tropa Trupe! No salão de entrada, crianças se balançavam no tecido acrobático e jovens e adultos ensaiavam percussão e dança-afro no auditório. Para os olhares mais atentos, fotografias e grafites se exibiam nas paredes. Foram dias intensos bebendo, respirando e transpirando a cultura afro-brasileira.

No fim dos 4 dias o encontro foi festejado com uma grande roda de capoeira angola, muito samba, reggae, ijexá tudo bem adoçado por cecília, cravinho e muito axé aflorando sentimentos de alegria, família, desafios, crescimento, ancestralidade, diversidade, respeito e admiração.

Um comentário:

  1. Muito bom texto! Posso dizer que estive um pouquinho lá. Parabéns pela sensibilidade e inteligencia Renatinha!

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